domingo, 2 de junho de 2013

Questões sobre Saude Púb(l)ica

Sempre me senti fascinado com as coisas da saúde, sobretudo com a forma como pequenos comportamentos aparentemente inofensivos podem ter um impacto tão devastador na nossa saúde.

Por exemplo, quando somos crianças somos aconselhados a lavar as mãos antes de irmos para a mesa. Aparentemente os germes que temos nas mãos são muito nocivos. Isto faz-me algum sentido. O que já me causa estranheza, é que anos mais tarde ninguém nos aconselhe a lavar as mãos antes de irmos para a cama com alguém! Nem antes, nem depois, nada. Na caminha tá tudo bem, os germes devem ser muito púdicos, só pode. Para levar um objecto de metal à boca, convém que esteja bem lavadinho. Para me esfregar literalmente em toda a parte de outra (ou outras) pessoa(s), já não vale a pena que a moral judaico cristã dos germes, faz com que estes tenham muito respeitinho pelo acto da procriação.

Qualquer pessoa que lave as mãos antes de ir para a mesa, por uma questão de coerência devia bochechar a boca com desinfectante antes de beijar o que quer que fosse e tomar uma banho numa banheira cheia de álcool antes de ir para a cama com alguém.

Outra coisa que sempre me perturbou é olharmos para as casas de banho públicas como bombas nucleares da propagação de doenças. Quem é que nunca ouviu dos pais “filho se fores ali fazer cocó (e xixi também no caso das meninas e dos meninos com problemas de identidade) não te sentes”, como se o facto de as sanitas nas casas de banhos públicas não terem tampo, não fosse desincentivo suficiente para nos sentarmos, acrescia a isto um chorrilho de ameaças parentais. O melhor vem com o antídoto para a bomba molecular. Era de prever que algo com tamanho poder destrutivo, tivesse um antídoto muito complexo e poderoso, mas não. Diz a experiência que todos os malefícios da sanita, enquanto difusor de doenças são anulados com… um embrulhinho muito bem feito de papel higiénico, sobre o qual nos podemos sentar seguros de que estamos protegidos. Nem precisa de ser papel de folha dupla, qualquer um serve!

Quem diria que algo tão fininho como o papel higiénico teria um efeito protector igual ou superior ao de uma cota de malha, hein?

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