Muita gente tem vindo a público criticar a Associação Académica do Porto (AAP), por ter decidido prosseguir com a Queima das Fitas, apesar da morte violenta de um estudante. Tratam-se, claro está, de pessoas limitadas e com poucas responsabilidades empresariais na vida, na qual se inclui, a família do jovem vitimado.
Será lógico que uma associação de estudantes pare a sua maior e mais lucrativa festa, apenas porque um estudante dessa mesma associação perdeu a vida a tentar proteger o cofre da associação? Sentimentalismos são bonitos, mas não em tempo de crise.
Se há algo a fazer neste caso, é celebrar a vida do jovem que foi ceifada prematuramente. Alguém conhece sítio melhor para celebrar algo que um Queimódromo? E os que estão tão tristes que não têm vontade de celebrar? – Perguntam alguns. Bem para esses, aconselha-se que afoguem as mágoas, para aliviar a dor causada pela morte. Alguém conhece melhor sítio para afogar as mágoas que uma Queima das fitas? Parece-me óbvio que é a solução ideal para todos.
O luto não tem que prejudicar o lucro da festa, pelo contrário, até o pode potenciar. A meu ver a AAP devia aproveitar o aumento de exposição e rentabiliza-lo em publicidade. Parece que já estou a ver os jovens estudantes “Vais ao funeral- Super Bock do Marlon? Ouvi dizer que vai num caixão- Moche de pinho. A TMN dá-te rede até do outro lado.”
Penso até que alguns dos artistas convidados podiam actuar durante o funeral, vocês sabem, para dar vida ao evento.
Segundo um dirigente associativo “as associações de estudantes gerem-se de forma empresarial”, o que não se compadece com lamechices. Ainda segundo o mesmo dirigente, por terem uma responsabilidade para com as pessoas que empregam, “as contas das associações têm que ser à prova de bala”. Foi então apenas uma infeliz coincidência que o Marlon Correia na altura do disparo tivesse na mão a capa de estudante, em vez de um relatório e contas da associação.
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