O Alfredo chega ao mundo. O Pedro ainda está para vir. O Alfredo chega a Portugal e descobre que sempre foi do Benfica. O Pedro chega ao mundo. O Alfredo é apanhado a brincar aos médicos com a filha do vizinho. O Pedro lê Calvin & Hobbes enquanto defeca. O Alfredo levanta o véu das maravilhas e conflitos interiores da puberdade enquanto corre atrás daquela branquela fofa a quem pede "morango" e da qual recebe um "beijo na cara". O Pedro descobre que sempre foi do Benfica e tira uma foto que ficaria para a posteridade como a foto "Benetton" que a "Benetton" gostaria de ter no portefólio.
O Alfredo assimila que tem um capital de cor diferente dos demais meninos ao ganhar o título de "Chocapic". Alfredo e Pedro conhecem uma moçoila bastante prendada chamada Jenna Jameson. O Pedro leva o primeiro estalo em jeito de baptismo pela entrada na idade dos apalpões...e porque apalpou, de facto, a moreninha tesuda do 5.º ano.
Primeiro beijo do Alfredo. Primeiro desgosto amoroso. Primeiro beijo do Pedro. Primeiro desgosto clubístico. Primeiro "Excelente". Primeiro "Não Satisfaz". Primeiro "Uma Aventura". Último "Arrepios". Benfica Campeão. Monica Belucci. Querem ser mais velhos. Lêem a Aparição. Já não querem ser mais velhos. Sentem-se demasiado velhos. Decidem ser mais sábios, entram para a Universidade.
O Pedro quer saber tudo sobre Direito, o Alfredo quer saber tudo sobre Ciências da Comunicação. Aprendem não tudo, mas quase. Conhecem-se. As pessoas conhecem-nos, mas eles não aprendem a conhecer as pessoas. Descobrem o bar da faculdade e com ele descobrem o álcool. Passam a saber tudo sobre festas, amigos, amigas, conhecidos e desconhecidas e gente que se insere algures no meio destas categorias. Esquecem tudo o que sabiam. Confirmam que é possível passar-se mais tempo num bar do que na série “Cheers”. Teimam em não largar a faculdade. Fartam-se da faculdade, têm vontade de começar a trabalhar.
O Pedro finda o curso e abraça um estágio não-remunerado. Tenta avisar o Alfredo mas já não vai a tempo. Este também acaba o curso e tem a honra de ser escolhido para um estágio. Arrependem-se e tentam voltar à faculdade. Não querem sair de lá. O Pedro não consegue, o Alfredo sim. O mundo dos adultos e sérios liga-lhes, o Pedro atende a chamada, o Alfredo dá-lhes música. O mundo dos adultos e sérios não cai na cantiga. O Pedro cai na real, aleija-se e desliga a chamada. Ambos passam a vida a escrever, o Alfredo para empresas e o Pedro para clientes… não desse género, porque o Pedro não lhes dá prazer, tal como não lhe dá prazer escrever para eles.
Fora da Faculdade as pessoas confundem-nos. Eles são confundidos pelas pessoas: “Não ele não é meu irmão”; “Não, nós não somos primos”. Não somos isso, mas somos muito mais, nunca duvidem que somos família. O mundo dos grandes continua a chamá-los, mas eles não atendem. Adultos sérios são crianças com dói-dói. A sua vida continua nonsense, muito nonsense. Há caos, depois um pouco de ordem apenas para voltar um pouco mais de caos. Um pouco de tino, porque às vezes é preciso descer e sentir a terra ... só para ganhar balanço e bater as asas da loucura com mais força, na esperança de ver até onde nos levam.
Por agora encontraram poiso por aqui.
Sejam Muito Bem-vindos.
n.d.r..: Os autores deste blogue não escrevem à luz do novo acordo ortográfico, mas dão alguns erros gramaticais e de escrita, o que acaba por ir dar ao mesmo. Gratos pela compreensão.
A Gerência.
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