Um
dos meus amigos é gajo muito estranho, daqueles gajos que por serem parasitas
da sociedade votam na esquerda e dizem que gostam da liberdade. O tipo de gente
que compra garrafas e se dirige ao Adamastor para fingir que vai ver a vista e
o sol a pôr-se no rio, quando na verdade só vai fumar substâncias
psicotrópicas, que o fazem ver ainda menos, do que se tirasse aqueles óculos
horríveis, de massa com fundo de garrafa.
Pois
bem, cruzei-me com este sujeito inacreditável, certo dia, e diz-me ele a meio
de uma conversa de ocasião “sabe pá? Eu gostava mesmo era de viver num mundo de
poesia, onde não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a
perfeição das coisas, como o dizia o outro.” Perguntei-lhe o que tinha fumado e
não acreditei quando me disse não ter sido nada! Então mas que tipo de
irresponsável diz algo deste género? Mas pensará ele que o Estado pode suportar
a imortalidade? Se uma pessoa vivesse para sempre, com que idade se reformaria?
Trabalhava até aos 65 e depois era o resto da eternidade a mamar dos que
trabalham não? Pois, queria ele e os da sua cambada, tão acostumados estão a
viver a custas alheias.
E a
perfeição das coisas, que é isso? E se a saúde fosse perfeita? E se sociedade
fosse perfeita? E se não houvesse crime? Era óptimo não era? Pois era, para os
bandalhos que não trabalham. A indústria da desgraça alheia é o que move o
mundo. Que seriam dos médicos, dos psicólogos, dos polícias, dos advogados e
dos juízes? Das companhias de seguros?
Quanto
dinheiro deitado à rua? Quantos novos desempregados? De quantas profissões precisaríamos
de facto se tudo fosse perfeito? E o que faríamos com todos estes novos
desempregados? Quem pagava estes subsídios de desemprego? Com certeza não era o
meu conhecido e a sua trupe de indígenas, músicos e poetas, que esses não
trabalham, esses estariam refastelados a beber a sua litrosa pelo gargalo até à
eternidade. Imortais da boa vida e do bem-bom, é o que são.
Isto
das poesias e dos mundos perfeitos para todos, é coisa demasiado séria e
perigosa, para meia dúzia de debutantes se porem a tecer considerações
irresponsáveis.
Quem escreve uma barbaridade destas ou é muito ingénuo ou muito maldoso. Do Cesário,
ainda percebo, que ele era muito Verde coitado, este não sei, mas duvido das
suas intenções.
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